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Febre do 'morango do amor' aquece vendas e desafia confeiteiras da região

Releitura do clássico das festas juninas, a maçã do amor, conquistou o paladar dos internautas e consumidores e se tornou, em pouco tempo, um dos itens mais disputados do momento

29/07/2025 | 18:00
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FOTO: Natasha Werneck | DGABC
FOTO: Natasha Werneck | DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Um doce novo  mas com cara de nostalgia  tem tomado conta das redes sociais e das confeitarias do Grande ABC. O chamado “morango do amor”, releitura do clássico das festas juninas, a maçã do amor, conquistou o paladar dos internautas e consumidores e se tornou, em pouco tempo, um dos itens mais disputados do momento.

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Em São Bernardo, a confeiteira Stefanie Sampaio, 33 anos, do bairro Vila São Pedro, começou a produzir o doce há apenas duas semanas e já sente os efeitos do “boom” digital. Dona da loja Sabores da Téia, ela abre as vendas duas vezes por semana e, em cada uma dessas aberturas, as 50 unidades disponíveis  vendidas a R$ 15 cada  se esgotam rapidamente. “Comecei mesmo por conta do que está acontecendo. Nunca tinha feito, só maçã do amor. Quando começou o boom na internet, os clientes começaram a me pedir”, conta.

Ela lembra que o sucesso veio logo após um primeiro teste bem-sucedido: “Acertei o ponto da calda", destacou. "Depois de um post [no Instagram], o negócio começou a pipocar no WhatsApp. Sempre que abro a venda, consigo atender todos os pedidos dentro do meu limite.”

Mas, com a alta repentina da demanda, também vieram os desafios  o maior deles, conseguir morangos. “Em São Bernardo, no Grande ABC, está muito difícil. Tive que buscar na redondeza do Mercadão, em São Paulo. Os preços subiram demais. Tem lugar vendendo a caixa com quatro bandejas a R$ 60. Antes disso, era R$ 30. Dobrou.”

Com mais de dez anos de experiência em confeitaria, Stefanie já tinha familiaridade com morango — usava a fruta em outras criações, como as coxinhas de brigadeiro. Mas agora, com a febre do novo doce, até o restante do cardápio perdeu espaço. “Depois desse morango do amor, as pessoas não querem saber de mais nada.”

Mesmo assim, ela vê o movimento com bons olhos e até compartilha conhecimento com outras confeiteiras. “Essa semana eu dei aula para uma que tentou fazer a calda e queimou. Agora ela acertou e está conseguindo vender. Isso é tão prazeroso. A confeitaria não é um ringue, todo mundo passa pelos mesmos processos. Tem que estar todo mundo lado a lado.”

Além do morango do amor, Stefanie segue produzindo pão de mel (R$ 8 a unidade) e brigadeiros (R$ 250 o cento), com produção artesanal e cuidadosa. “O brigadeiro fica na panela por uns 20 minutos, depois precisa esfriar. Não dá pra fazer mais nada enquanto isso. Depois que ele está pronto, demora quase 4 horas até a finalização. Por isso aquele meme: ''Uma coisa que você faz em 10 horas para vender em 5 minutos'' faz tanto sentido.”

A logística, por sua vez, é feita com ajuda de aplicativos. Sem motoboy fixo, ela combina o envio via Uber com os próprios clientes. Um dos pedidos recentes foi de Guarulhos, que aproveitou para encomendar os outros doces que Stefanie produz em sua loja: “Ela falou ‘já que eu vou pedir, manda tudo.’”

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Febre viral impulsiona negócio em Santo André

O sucesso do “morango do amor” também fez a alegria da confeiteira Camila Souza, que comanda a Confeitaria Camila Souza, no bairro Jardim, em Santo André. O hype do doce fez as vendas crescerem 125% nas últimas semanas.

Com cinco anos de mercado, Camila afirma que o aumento de pedidos veio de surpresa, impulsionado por vídeos e publicações nas redes sociais. “Geralmente, a gente se prepara com dois meses de antecedência para datas como a Páscoa. Desta vez, não deu tempo. Mas foi um excelente mini-boom”, diz.

Além de aumentar o faturamento, o doce também ajudou a atrair novos clientes, que passaram a conhecer outros produtos da casa. “Eles chegam por causa do morango e depois voltam para comprar outros doces. Isso tem sido incrível para o negócio.”

A explosão do “morango do amor” mostra como tendências nas redes sociais podem transformar, de forma espontânea, a rotina e o faturamento de pequenos empreendedores. No caso das confeiteiras do Grande ABC, a receita é simples: criatividade, dedicação — e, claro, uma calda vermelha brilhante para encantar os olhos e o paladar.

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