Estádio municipal mais antigo do Grande ABC é símbolo da história esportiva e cultural da cidade
Foi no Anacleto Campanella que o Azulão escreveu seus capítulos mais marcantes. A casa sediou partidas históricas, como a semifinal do Brasileirão de 2001, contra o Atlético-MG, quando a equipe paulista venceu por 2 a 1, com recorde de 19.805 torcedores, além dos embates com o Boca Juniors, já pela Libertadores de 2004.
O nome do espaço é uma homenagem ao pai do atual prefeito de São Caetano, Tite Campanella (PL), e então idealizador da obra. “O Estádio Municipal Anacleto Campanella está vivo na memória desde a minha infância. Não só pela questão de ser o nome do meu pai, uma referência para mim como ser humano, como também pelo fato de eu vir fazer tênis aqui à época, além de ver muitos jogos do Azulão. Aliás, nunca fui de assistir aos jogos nas cadeiras e sim, sempre, na arquibancada, ali no Setor 01”, relembra o prefeito.
O estádio passou a receber jogos do São Caetano em 1989, quando foi reformado e adotado como casa oficial da agremiação. Desde então, foi utilizado nas campanhas do vice-brasileiro em 2000 (João Havelange) e 2001, do vice da Libertadores, em 2002, e do inédito título paulista, conquistado em 2004, com Muricy Ramalho no comando técnico.
Jogadores importantes da história do futebol brasileiro passaram pelos gramados do local. Serginho Chulapa, ídolo do São Paulo e Santos, marcou seu último gol como profissional no estádio, no empate por 1 a 1 do Azulão contra a Ferroviária pelo Campeonato Paulista. Luis Pereira, ex-zagueiro do Palmeiras, vestiu a camisa do Gigante do Grande ABC no início da década de 1990.
Além de futebol, o Anacleto Campanella foi palco de grandes eventos culturais. Em 1985, recebeu show de Raul Seixas, em um dos momentos mais marcantes da música na região. Anos depois, nomes como Luan Santana e Fábio Júnior também se apresentaram no local, durante a primeira edição da Virada Cultural de São Caetano, em 2011.
O estádio pertence à Prefeitura e abriga jogos do São Caetano Futebol, que disputa atualmente a Copa Paulista, além de estar na Série A-4 do Estadual. Recentemente, o espaço passou por revitalizações visuais, com nova pintura das arquibancadas e outras áreas.
Apesar de ainda haver necessidade de reformas, o espaço está em boas condições. Existe um projeto, desenvolvido em 2013, de transformar o local em uma arena moderna. A ideia continua no papel, mas não está descartada.
O Anacleto Campanella permanece como ponto de resistência do futebol da região. Mais do que um estádio, é símbolo da paixão de uma cidade por seu clube e da memória viva de uma das campanhas mais marcantes do futebol brasileiro no início dos anos 2000.
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