Todos os anos, milhares de baleias, especialmente as jubartes e francas, percorrem mais de 4 mil quilômetros desde a Antártida até as praias brasileiras, onde encontram águas calmas e quentes para procriar e cuidar dos filhotes
A temporada de observação de baleias no Brasil está em curso e deve seguir até novembro, trazendo impactos positivos não apenas para o turismo, mas também para a preservação ambiental. Todos os anos, milhares de baleias, especialmente as jubartes e francas, percorrem mais de 4 mil quilômetros desde a Antártida até o Litoral brasileiro, onde encontram águas calmas e quentes para procriar e cuidar dos filhotes.
A presença desses animais atrai turistas em busca de um contato próximo com a fauna marinha, e, quando feita de forma responsável, a atividade se torna uma aliada na conservação das espécies e no fortalecimento econômico de comunidades costeiras. Segundo o Ministério do Turismo, o turismo de avistamento deve respeitar três pilares: integridade ambiental, benefício socioeconômico e respeito sociocultural.
No Brasil, a observação de cetáceos é regulamentada pela Lei Federal nº 7.643/87, que proíbe a caça e o molestamento desses animais, e pela Portaria nº 117/96 do Ibama, que estabelece regras específicas para a atividade.
O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA), considerado o maior berçário de jubartes no Atlântico Sul, concentra grande parte da atividade. Outras regiões também têm se destacado, como Praia do Forte, Itacaré e Caravelas, na Bahia, e Vitória (ES). Já as baleias-francas costumam ser vistas no litoral de Santa Catarina, principalmente na Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, que abrange cidades como Imbituba, Garopaba e Laguna.
Entre as recomendações estão a escolha de operadoras certificadas, respeito à distância mínima de 100 metros dos animais e limite de tempo de observação. Operadoras também devem seguir protocolos como navegação paralela ao deslocamento das baleias, manter o motor em neutro durante o avistamento e orientar os passageiros sobre os cuidados exigidos.
Além de garantir segurança e respeito à vida marinha, essas práticas têm impacto direto na economia local e incentivam a participação em projetos de ciência cidadã que contribuem com o monitoramento das espécies.
Ao adotar um comportamento consciente, o turista contribui para que esse espetáculo natural continue a ocorrer de forma sustentável, beneficiando tanto o meio ambiente quanto as comunidades que dependem do mar.
Abrolhos (BA)
Considerado um dos principais berçários das jubartes no Atlântico Sul, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos recebe embarcações saindo da cidade de Caravelas. A observação costuma ser intensa nesta época do ano, com a presença de pesquisadores e turistas a bordo.
Ilha de Boipeba (BA)
Na costa sul da Bahia, Boipeba oferece passeios com acompanhamento de oceanógrafos e navegação até pontos de concentração das baleias. A atividade também inclui momentos de mergulho em áreas de águas calmas e claras.
Ilhabela (SP)
No Litoral paulista, as saídas ocorrem em meio à paisagem da Mata Atlântica e têm como atrativo o alto índice de encontros com jubartes entre junho e agosto. Os passeios combinam observação marinha com práticas de ecoturismo, como snorkeling.
Rio de Janeiro (RJ)
Na capital fluminense, os roteiros partem da Marina da Glória e percorrem a Baía de Guanabara antes de seguir para áreas mais abertas do litoral. Além das baleias, é possível avistar golfinhos, tartarugas e aves marinhas durante a navegação.
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