Espaço de um milhão de metros quadrados no bairro Taboão é especulado como alternativa para abrigar pátio da Linha 20-Rosa
Um terreno que marcou história em São Bernardo entre 1967 e 2019, onde a Ford produziu diversos veículos para o Brasil e o mundo, é alvo de especulação sobre o seu futuro. De um lado, persistem os rumores no meio político de que o espaço pode receber um pátio de manutenção e manobras da futura Linha 20-Rosa de metrô, ligando o Grande ABC à Zona Oeste de São Paulo. Por outro, a multinacional Prologis, que adquiriu a área de 1 milhão de metros quadrados por R$ 850 milhões, reafirma o desejo de instalar um centro logístico.
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Com a venda divulgada em janeiro de 2024, o terreno em São Bernardo foi comprado pela Prologis – com sede em São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia – visando ampliar os investimentos e operações pelo Brasil. Em nota, a multinacional afirmou que vem estruturando o movimento “voltado à transformação da área em um centro de negócios e inovação, com impactos positivos diretos e indiretos para a economia local e nacional e onde a empresa já investiu bilhões no desenvolvimento deste novo projeto”.
Na mesma ocasião, quando veio à tona a aquisição da área, o jornal Estado de São Paulo divulgou que a operadora teria planos de investir R$ 2 bilhões para a construção do centro logístico no Grande ABC. Ao Diário, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Juventude, Rafael Demarchi, garantiu a vinda da Prologis ao município, projetando até 25 mil empregos, mesmo com pessoas da cúpula do governo admitindo, pelos corredores, a possibilidade do negócio tomar um outro rumo.
Se por um lado a Prologis se manifestou, a Prefeitura de São Bernardo ainda não retornou aos questionamentos. A reportagem solicitou posicionamento sobre a destinação da área no dia 21 de julho, pedido não respondido até o momento. Já a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo) apenas informou que “possíveis alterações no traçado, bem como a localização de estações e dos pátios da futura Linha 20-Rosa, ainda estão em estudo e serão definidas durante a elaboração do projeto básico”.
Entretanto, as discussões sobre a antiga área da Ford abrigar um pátio de manutenção e manobras não vêm apenas de São Bernardo, uma vez que tal situação é comentada no Paço de Santo André. A cidade vizinha também busca um terreno a fim de viabilizar o espaço e assim receber parte dos 50 trens previstos para a circulação pelas 24 estações projetadas no traçado de 31 quilômetros da Linha 20-Rosa.
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Em Santo André cogitou-se a destinação do pátio no local onde ficava a antiga Rhodia Química. No entanto, o espaço será a sede do centro logístico do grupo australiano Goodman. Outro terreno cotado para receber a estrutura metroviária fica a aproximadamente três quilômetros da Estação Santo André, parada final da Linha 20-Rosa, próximo de onde está proposta a futura Estação ABC, que conectará a Linha 10-Turquesa de trens metropolitanos à aguardada Linha 14-Ônix de VLT (veículo leve sobre trilhos), com trajeto do município até Guarulhos.
Enquanto isso, na outra ponta da Linha 20-Rosa, o início das obras já está mais avançado para acontecer, pois a região, onde estarão fixados o segundo pátio e a Estação Santa Marina, já obteve o DUP (Decreto de Utilidade Pública) para fins de desapropriação de imóveis, publicado pela SPI em 20 de março. O mesmo não se pode dizer no Grande ABC, em meio ao imbróglio entre São Bernardo e Santo André, mesmo com a promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de que o ramal começaria a sair do papel pela região.
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