‘Tarcísio de Freitas sai em defesa do ex-presidente’ (Política, dia 19). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, precisa definir qual rumo vai tomar na sua busca por viabilidade eleitoral. Ele precisa se distanciar do ex-presidente Bolsonaro, que está em queda livre, mas quer manter apoio de setores importantes da economia brasileira que lhes garantiram apoio no passado, mas hoje, diante da realidade, estão pulando fora do barco bolsonarista. O Tarcísio está numa encruzilhada: em reportagem deste jornal (Política, dia 19), ele afirma que “coragem é um atributo que quem conhece Bolsonaro sabe que nunca lhe faltou”. Que coragem é essa governador, que ao sentir que seria preso pelo mal que sabe que fez, corre para uma embaixada para se esconder? Que clama por anistia sem antes ser julgado? Parece-me que corajoso é quem pede justiça; quem se esconde e pede anistia, é culpado. Acrescentou, em seguida, a “bravura” de Bolsonaro para defender liberdade, ideais e injustiças – só faltou dizer a favor de quem, não é governador? Pensando em Bolsonaro, referiu-se também o governador à tristeza de um pai em não poder falar com filho que está nos EUA (conspirando contra o Brasil), mas não disse uma só palavra quando o atual presidente Lula foi impedido de ver seu neto e ir ao velório de seu próprio irmão. Tudo isso sem nenhum escrúpulo para tentar agradar o inelegível em busca de seus eleitores e ao mesmo ficar distante dele para não perder outros eleitores.Tome cuidado, governador Tarcísio, acender uma vela a Deus e outra ao diabo não é recomendável e quem fica com um pé numa canoa e outro pé noutra canoa, corre sérios riscos de morrer afogado.

Alencar Marcon - Santo André

Venezuelização

Espero estar redondamente errado, mas, depois de tantas m... que estamos fazendo internamente, notadamente pelo Judiciário e Executivo, parece-me que não estamos tão longe assim da temida venezuelização do Brasil. O STF (Supremo Tribunal Federal) vem, há pelo menos uns 10 anos, atuando de forma política tomando medidas para lá de tendenciosas. Agora, mais claro do que nunca, atuando em parceria com o executivo. O próprio “L” já disse, com a maior naturalidade, que, se não tiver esta parceria com o STF, não governa e isso é grave. Onde estão os programas de governo e a capacidade de negociação com o Congresso? Antes, Padilha, e agora Gleisi nesta missão? Não precisa dizer nada, né? Agora estamos começando a ouvir aquela velha história do imperialismo norte-americano. Bem, este filme já vimos antes em Cuba, há mais de 60 anos; na Venezuela há 20, e olha a situação de miséria e sofrimento daquele povo. Como eu disse, espero estar redondamente enganado, mas está um cheiro ruim no ar. Fica o alerta enquanto há tempo. 

Mauri Fontes - Santo André

Bolsonaro

‘Para evitar fugas, STF obriga Jair Bolsonaro a usar tornozeleira’ (Política, dia 19). As recentes medidas tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente Bolsonaro se encaixariam muito bem em textos para uma comédia mambembe, onde o juiz, encarando o réu, diz: “São 14 horas, sua execução está marcada para as 16 horas, portanto teremos duas horas para um julgamento justo”.

Vanderlei Retondo - Santo André

Preta Gil

‘Preta Gil morre aos 50 de câncer em casa nos EUA’ (Setecidades, dia 20). Preta Gil foi a mais expoente composição que Gilberto Gil nos deixou. Todas as tentativas medicinais e clínicas no Brasil e nos Estados Unidos foram buscadas e experimentadas para que o maldito câncer fosse expelido de seu organismo. Cessaram agora em mim todos os meus sofrimentos, expectativas e dores. Calaram meus palcos, microfones, voz, canções e interpretações. E Gilberto Gil e Caetano Veloso, que são dois corpos em uma só alma, se tivessem de compor música e letra sobre a passagem de Preta Gil, com certeza escreveriam: “Que minha morte seja alegria, pois viverei agora minha vida eterna”.

Cecél Garcia - Santo André