Sabores & Saberes Titulo Sabores & Saberes
Julho Amarelo
Antonio Carlos do Nascimento
14/07/2025 | 08:35
Compartilhar notícia
FOTO: Fernandes
FOTO: Fernandes Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


 Escrevi em minha coluna anterior que os meses do ano têm sido associados a cores em campanhas de conscientização sobre diversas causas de saúde e sociais, e Julho Verde foi o tema para aquela semana.

Mas julho é também amarelo, simbolizando a luta contra as hepatites virais, infecções comumente silenciosas, que podem promover extensos danos ao fígado, com a cirrose representando a resultante mais temida.

As hepatites A, B e C são as mais comuns, porém, apresentam particularidades que as diferenciam substancialmente. 

A hepatite A é transmitida principalmente pela ingestão de água ou alimentos com este vírus, tornando o saneamento básico a principal medida para evitar esta infecção, contudo, é possível a imunização através da vacinação. Mais de 90% dos infectados por este vírus desenvolvem formas assintomáticas ou de apresentação clínica pouco relevantes e a doença não evolui para forma crônica.

Por outro lado, os contágios pelos vírus das hepatites B e C ocorrem pelo contato com sangue e/ou fluidos corporais contaminados. Compartilhamento de agulhas, seringas, lâminas de barbear, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos sem biossegurança estão entre as formas de transmissão mais frequentes, enquanto o sexo sem proteção é causa comum de contágio, notadamente para hepatite B.

A hepatite B pode se apresentar por fadiga, mal-estar, coloração amarelada da pele e olhos (icterícia), urina escura e fezes claras, com alterações de exames laboratoriais que podem permanecer por longo intervalo, porém, a partir de 6 meses, admite-se o estabelecimento da forma crônica, que em adultos acontece em aproximadamente 5% a 10% dos casos e destes, 20% evoluem para cirrose.

A hepatite C raramente traz sintomatologia e em cerca de 75% dos casos progridem para a forma crônica, e destes, aproximadamente 20% a 30% evoluem para cirrose.

Se a imunização para as hepatites A e B é possível através da vacinação, o mesmo não ocorre para a hepatite C, entretanto, uma vez diagnosticadas em suas formas crônicas, as duas infecções possuem tratamento curativo, o qual, se adotado a tempo, impedirá a evolução para cirrose. 

Imunizações para hepatites A e B são imprescindíveis para ampla proteção contra estas doenças, mas para hepatite C a pesquisa sorológica periódica é a condução mais apropriada, com a periodicidade desta investigação sendo ponderada pela avaliação do médico assistente.

Antonio Carlos do Nascimento é doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.

LEIA TAMBÉM:

São Paulo tem aumento de 90% nos casos de hepatite a

 



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;