Mas julho é também amarelo, simbolizando a luta contra as hepatites virais, infecções comumente silenciosas, que podem promover extensos danos ao fígado, com a cirrose representando a resultante mais temida.
As hepatites A, B e C são as mais comuns, porém, apresentam particularidades que as diferenciam substancialmente.
A hepatite A é transmitida principalmente pela ingestão de água ou alimentos com este vírus, tornando o saneamento básico a principal medida para evitar esta infecção, contudo, é possível a imunização através da vacinação. Mais de 90% dos infectados por este vírus desenvolvem formas assintomáticas ou de apresentação clínica pouco relevantes e a doença não evolui para forma crônica.
Por outro lado, os contágios pelos vírus das hepatites B e C ocorrem pelo contato com sangue e/ou fluidos corporais contaminados. Compartilhamento de agulhas, seringas, lâminas de barbear, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos sem biossegurança estão entre as formas de transmissão mais frequentes, enquanto o sexo sem proteção é causa comum de contágio, notadamente para hepatite B.
A hepatite B pode se apresentar por fadiga, mal-estar, coloração amarelada da pele e olhos (icterícia), urina escura e fezes claras, com alterações de exames laboratoriais que podem permanecer por longo intervalo, porém, a partir de 6 meses, admite-se o estabelecimento da forma crônica, que em adultos acontece em aproximadamente 5% a 10% dos casos e destes, 20% evoluem para cirrose.
A hepatite C raramente traz sintomatologia e em cerca de 75% dos casos progridem para a forma crônica, e destes, aproximadamente 20% a 30% evoluem para cirrose.
Se a imunização para as hepatites A e B é possível através da vacinação, o mesmo não ocorre para a hepatite C, entretanto, uma vez diagnosticadas em suas formas crônicas, as duas infecções possuem tratamento curativo, o qual, se adotado a tempo, impedirá a evolução para cirrose.
Imunizações para hepatites A e B são imprescindíveis para ampla proteção contra estas doenças, mas para hepatite C a pesquisa sorológica periódica é a condução mais apropriada, com a periodicidade desta investigação sendo ponderada pela avaliação do médico assistente.
Antonio Carlos do Nascimento é doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.
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