Principal manancial da região atende 1,2 milhão; Sabesp garante que não há risco de desabastecimento
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) garante que não há risco de desabastecimento. Apesar de alarmante, o reservatório opera com 64% da sua capacidade – superior aos demais mananciais que atendem o Grande ABC e a Região Metropolitana, como Cantareira (39,5%), Alto Tietê (33,9%) e Rio Claro (30,2%). No mesmo período do ano passado, o volume de água no Rio Grande estava em 72,4%.
Alguns fatores podem ter contribuído para a queda no volume de água, como época de estiagem, mudanças climáticas, aumento de desmatamento e também da ocupação das margens, conforme explicou a bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Marcondes.
“Entramos em nível crítico quando os reservatórios atingem 30%, porém números como o que temos hoje na Cantareira são extremamente preocupantes. Rio Claro e Tietê também estão em estado de alerta. Alguns desses reservatórios possuem conexão entre eles”, pontuou.
A bióloga explicou que o sistema Rio Grande, além de garantir o abastecimento de vários municípios da região, envia água para o sistema Alto Tietê. “Também é necessário ter a garantia de que o Reservatório Billings tenha suas águas em abundância”, reforçou Marcondes.
O aposentado Francisco Pereira Filho, 72 anos, que pesca semanalmente nas margens do reservatório Rio Grande, se assustou com a diminuição no volume de água. Segundo ele, o baixo nível deste ano afetou até a alimentação da família devido à diminuição de peixes pescados.
“Costumava vir três vezes na semana e levar para casa algumas espécies, como lambari, cara, tilápia, carpa e traíra. Porém, agora está difícil conseguir pegar algum. Acredito que seja também pelo alto volume de lixo descartado irregularmente, a poluição e sujeira afastam os peixes”, disse Pereira.
Além dos fatores citados, Marcondes alertou para a necessidade de aumentar a fiscalização nas áreas de mananciais. “Os baixos níveis também podem ser atribuídos ao não cumprimento da legislação de proteção e às normas específicas dos reservatórios, como da Billings e do Guarapiranga. Outro ponto importante é a constante aprovação de grandes empreendimentos e centros logísticos nesses locais”, ressalta a docente da USCS.
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INTERLIGAÇÃO
Em nota, a Sabesp informou que o Rio Grande é um dos sete mananciais que compõem o SIM (Sistema Integrado Metropolitano) e que essa estrutura “confere maior segurança e flexibilidade ao abastecimento, uma vez que permite atender diversas regiões da Grande São Paulo por mais de uma fonte. Reservatórios como o Guarapiranga ajudam a equilibrar o sistema, reforçando a distribuição”, destacou o órgão.
O reservatório Cantareira, que registra 39,5% da sua capacidade, passou a operar desde quarta-feira (6) com restrições na retirada de água, em linha com os critérios de gestão hídrica.
A companhia reiterou que não há risco de falta de água na região, mas devido ao baixo nível de chuvas reforçou o uso consciente.
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