Ao menos 15 vereadores de siglas aliadas ao prefeito buscam costurar comando da Câmara; PT está à frente da mesa diretora desde 2023
Com uma base que garante tranquilidade durante votações de propostas, o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), sofre a primeira indisposição de grupos aliados na atual gestão, por uma disputa marcada para o fim de 2026: a presidência da Câmara no biênio 2027-2028. O petista enfrenta resistência de aproximadamente 15 vereadores filiados a partidos de sustentação ao governo no plenário, liderados pelo próprio secretário de Planejamento Urbano, Chiquinho do Zaíra (MDB). O bloco quer tirar o PT do comando do Parlamento.
Os atritos internos na Prefeitura de Mauá ganharam forma justamente durante as férias de Marcelo Oliveira, no mês passado, mais especificamente entre o secretário de Governo, Hélcio Silva (PT), responsável pela articulação do Executivo e o Legislativo, e o próprio Chiquinho, hoje licenciado da vereança. O emedebista foi alçado por vereadores aliados como uma liderança do grupo, que estaria insatisfeito com o petista, segundo informações de bastidor, pelas dificuldades de diálogo e demora no atendimento a pedidos de parlamentares.
O bloco tem a intenção de comandar o Legislativo no biênio 2027-2028, com o nome de Chiquinho para assumir a cadeira de presidente. Entretanto, o PT também teria desejo de seguir no assento, que ocupa desde 2023, com Geovane Correia – até pedir afastamento no ano seguinte, devido a uma investigação por suposta prática de crime sexual contra uma adolescente – e Juninho Getúlio, reeleito ao cargo até o fim de 2026. Para sucessão, a sigla cogitaria Rangel Souza, sobrinho de Geovane, ou José Luiz Cassimiro.
Ao tomar conhecimento do movimento no Legislativo, Hélcio começou a articulação para descosturar o grupo, inclusive com uma postura impositiva, o que teria incomodado vereadores da base e, principalmente Chiquinho, instaurando um atrito no primeiro escalão. Ao retornar de férias, Marcelo Oliveira teve de lidar com o clima ruim entre os dois secretários, agora em lados opostos no governo.
Um dos primeiros recados da gestão petista foi dado para o vereador Denis Caporal (Podemos), com a exoneração de cargos indicados de seu gabinete ao Executivo. O gesto seria um alerta aos demais integrantes do grupo liderado por Chiquinho, visando controlar uma possível dissidência dentro da base governista. Pelo lado do bloco, há o entendimento de que a situação mirando o comando do Parlamento veio à tona cedo demais. Porém, não há sinais de recuo neste momento.
Ao Diário, Marcelo Oliveira negou divergências dentro de seu secretariado e pregou união entre os poderes. “A Câmara tem sua independência. A eleição da nova mesa diretora ainda está distante, e o foco é o trabalho pela nossa gente”, ponderou o prefeito.
Publicamente, Chiquinho do Zaíra também evitou expor o clima de atrito com Hélcio e reafirmou o foco na Pasta de Planejamento Urbano. “Não existe atrito com o prefeito Marcelo Oliveira, muito pelo contrário. Cheguei a mais um mandato de vereador trabalhando pela sua reeleição e hoje integro o governo, com a convicção de que juntos desempenhamos um bom trabalho para Mauá e é muito cedo ainda para falar da presidência da Câmara”, tangenciou.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.