Influenciador expõe casos de exploração de crianças em conteúdos digitais e questiona responsabilidade de plataformas
Um vídeo do influenciador Felca, que já ultrapassou 15 milhões de visualizações no YouTube e 3,6 milhões no TikTok, trouxe à tona novamente as polêmicas envolvendo Hytalo Santos. A publicação começa com um corte do próprio Hytalo dançando com crianças de biquíni ao som da música POCPOC, de Pedro Sampaio – conteúdo que seria um dos exemplos do que Felca classifica como exploração e adultização de menores.
Na última sexta-feira (8), o perfil de Hytalo Santos foi desativado no Instagram, logo após a repercussão das acusações. O influenciador, que possui mais de 20 milhões de seguidores, já estava sob investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2024, sob suspeita de utilizar crianças e adolescentes de forma inadequada em seus conteúdos.
No vídeo, Felca – que tem mais de 4 milhões de inscritos no YouTube – apontou Hytalo como um dos responsáveis por promover a exposição precoce de menores em contextos adultos. Um dos casos citados foi o de Kamylla Santos, de 17 anos, cuja imagem estaria sendo sensualizada nos vídeos.
"Isso não é 'fofinho', é um roubo da infância", afirmou Felca, destacando os riscos da adultização:
- Sexualização precoce e aumento do risco de abuso
- Problemas psicológicos, como ansiedade e depressão
- Dano irreparável ao desenvolvimento emocional
A postagem do youtuber recebeu mais de 100 mil comentários, com muitos apoiadores elogiando sua coragem em abordar o tema sem monetização.
O Ministério Público da Paraíba mantém dois inquéritos contra Hytalo Santos, analisando possíveis violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As investigações, que tramitam nas Promotorias de João Pessoa e Bayeux, avaliam se os vídeos do influenciador têm conotação sexualizada com a participação de menores.
Hytalo ficou conhecido por produzir conteúdos ao lado de crianças e adolescentes, a quem chama de "filhos". Em sua defesa, o influenciador afirmou que todas as aparições são autorizadas pelos responsáveis: "As mães sempre acompanharam tudo. Tenho um relacionamento muito bom com elas", disse. Ele também ressaltou que algumas das jovens envolvidas nas polêmicas já são emancipadas.
Apesar das justificativas, a repercussão negativa e as denúncias levaram ao bloqueio de sua conta no Instagram, reacendendo o debate sobre a regulamentação de conteúdos com menores nas plataformas digitais.
Felca reforçou a necessidade de não engajar com esse tipo de material e cobrar ações mais rígidas das redes sociais: "Enquanto isso, uma a cada oito crianças sofre abuso sexual antes dos 18 anos. Não podemos normalizar isso", alertou.
O caso continua sob investigação, e a discussão sobre a proteção de menores na internet ganha força.
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