A proposta do Ministério dos Transportes, divulgada recentemente em entrevista pelo titular da Pasta, Renan Filho, considera a inclusão social e a redução de custos como eixos centrais. No entanto, tais objetivos precisam ser equilibrados com a necessidade de preservar a integridade das vias e a segurança coletiva. A má conduta de motoristas e motociclistas recorrente nas ruas e estradas, combinada à baixa educação no trânsito, revela que parte dos condutores ignora regras básicas de convivência e respeito. Reduzir a exigência de acompanhamento técnico na formação pode ampliar ainda mais o número de motoristas despreparados, acentuando os problemas já existentes. É preciso calma.
Antes de implementar alterações dessa natureza, que certamente terão grande impacto no cotidiano, o governo federal deve promover audiências com especialistas em trânsito, agentes da segurança viária e representantes da sociedade civil. É preciso abrir o diálogo. As estatísticas de sinistros e os abusos praticados por motoristas devem servir de alerta. É possível pensar em modelos mais acessíveis, sim, mas sem que isso represente retrocesso no controle de quem circula nas vias. A formação de condutores exige rigor, não apenas acesso. Cautela, diálogo e responsabilidade são fundamentais para que a mudança não comprometa ainda mais a já desafiadora realidade do trânsito brasileiro.
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