Com a Cross regionalizada, o mapeamento de vagas ambulatoriais e hospitalares dentro do Grande ABC poderia ser mais preciso e ágil. A regulação feita com base em dados locais tende a diminuir a espera por exames, cirurgias e internações, evitando ociosidade em alguns pontos da rede e sobrecarga em outros. Como mostra reportagem nesta edição, os sete municípios possuem capacidade instalada para realizar atendimentos em diferentes especialidades, mas enfrentam gargalos por causa da concentração estadual das decisões. Com a descentralização, o sistema ganha em organização, com respostas mais rápidas e uso mais eficiente dos equipamentos públicos de saúde já disponíveis na região.
Cabe ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que conduz as discussões sobre o tema, ampliar o diálogo com a Secretaria de Estado da Saúde para viabilizar a proposta. A ausência de acordo técnico não pode manter a população refém de modelo que desconsidera os fluxos locais. Há experiências positivas de regulação regional em outras áreas que demonstram a viabilidade do modelo. Ao insistirem em manter o controle total da Cross nas mãos do governo paulista, Tarcísio e Eleuses deixam de ouvir as demandas de prefeitos, gestores e usuários da saúde pública. O colegiado de prefeitos deve intensificar a articulação institucional para garantir que a iniciativa, já debatida, saia do papel. E rápido.
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