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Escolas da região desenvolvem projetos para incentivar a leitura

Instituições buscam estimular prática entre estudantes com ações como Roda de Leitura e Clube do Livro

Ana Freitas
27/07/2025 | 08:24
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FOTO: Divulgação Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


O Instituto Pró-Livro e o Ministério da Cultura realizaram um levantamento para terem conhecimento do índice de leitores no País. A pesquisa chamada Retratos da Leitura no Brasil, publicada em novembro de 2024, revelou a parcela de estudantes que leem. Os dados mostraram que, no fundamental I, 13,7% têm o hábito, número que chega a 22,2% no fundamental II. Mas é no ensino médio que se encontra a maior porcentagem – 34,2% –, contra 23,2% no ensino superior.

E ampliar a leitura entre crianças e adolescentes têm sido um desafio constante a instituições de ensino – e administrações públicas – no Grande ABC. A Prefeitura de Santo André, por exemplo, desenvolveu projetos como o Amigo Leitor, em que crianças leem a história para outras. Há ainda o Caderno de Leitura, no qual o professor acompanha as leituras do aluno, e a Biblioteca Circulante, quando elas devem levar um livro para casa e ler com os familiares.

Escolas privadas, como o Liceu Jardim, em Santo André, têm programas, caso, por exemplo, do Livro Mensal, em que os alunos leem um livro durante o período. Já no Contação de Histórias, professores interpretam as narrativas. Há também a Roda de Leitura e a FLIJ (Feira Literária do Liceu Jardim). A instituição tem ainda o Redário, espaço onde os professores direcionam os alunos durante leituras. O local é um dos prediletos das estudantes Sofia Romeiro Bueno e Ana Luisa Ferreira Marinho, ambas com 9 anos e que cursam o 5º ano do Fundamental.

Apesar de vários incentivos, Amanda Pizzolato, aluna do 8° ano e fã da saga de livros de Percy Jackson, do autor norte-americano Rick Riordan, afirma que muitos estudantes só consideram os livros que a escola manda. Segundo ela, mais difíceis devido à linguagem, gênero e tema. “Muitas pessoas não tentam a leitura. Elas já criam uma ideia de uma coisa chata, ao invés de tentar ler algo que goste, de encontrar um gênero que curtam”, diz.

Em São Bernardo, a Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Lorenzo Enrico Felice Lorenzetti tem a Parada Literária e a Contação de História e Dramatização, que buscam incentivar a leitura. Já na Emeb Vicente Zammite Mammana possui o Certificado e Passaporte do Leitor, para registrarem a prática. O Colégio Harmonia desenvolveu projetos como o Kalulu, Familioteca, Biblioponto e Roda de Leitura, que visam promover a leitura. Mesmo assim, a aluna Manuela Rodrigues Montes Ferreira, do 5° ano, afirma que “na troca de aula a maioria (dos alunos) ou fica jogando bolinha no fundo da sala ou pintando Bobbie Goods”, destaca. Ela tem como livro favorito O Diário de Uma Princesa Desastrada, da escritora mineira Maidy Lacerda.

Em Diadema e Rio Grande, tem o programa federal do Cantinho da Leitura, espaço selecionado para que o estudante possa explorar o universo literário de forma espontânea.

A Prefeitura de Mauá realiza o projeto Livro e Leitura em todas as escolas. O objetivo é fazer com que os alunos participem de rodas de leitura. Os estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos), por exemplo, utilizam tablets para incentivar a prática.

Em São Caetano, a EME (Escola Municipal de Ensino) Profª Alcina Dantas Feijão tem um Clube do Livro para promover a literatura entre cerca de 80 membros. O projeto é coordenado pela professora Juliana Lopes dos Santos. Ela diz que a iniciativa veio dos alunos do 1° ano do ensino médio, em 2023. Apesar do incentivo, afirma que é difícil ver jovens que se interessem por leitura.

Há, no entanto, quem aprove a iniciativa. A aluna Milena Rodrigues de Souza Silva, 15 anos, explica que o projeto a ajuda a expandir o pensamento crítico. “Acho que está ampliando o meu horizonte. Os livros que a (professora) Juliana traz, além das reflexões que ela faz, mudaram um pouco a forma como eu leio”, salienta.

E até quem já passou pela Alcina Dantas Feijão reconhece a importância do projeto, apesar de lamentar não ter tido a oportunidade de aproveitá-lo.

A estudante de Relações Internacionais da UFABC (Universidade Federal do ABC), Giovanna Macêdo Chaves, 20 anos, foi aluna da escola e relata que não havia o Clube do Livro em sua época. “Acredito que em períodos que fiquei sem ler, seja por não ter (condições financeiras) para comprar livros ou até por não encontrar títulos ou gêneros literários que me prendessem, teria ajudado muito ter um guia”, afirma. A mesma é uma leitora assídua e revela já ter lido 17 livros apenas neste ano.




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