A prática de utilizar as divisas municipais como rota de fuga não é novidade no cotidiano do crime. Por anos, agentes enfrentaram dificuldades para completar ocorrências iniciadas em uma cidade e que se estendiam a outra, travados por normas administrativas que desconsideravam a realidade dinâmica da ação policial em região totalmente conurbada. Com o termo de cooperação, esse entrave perde força. A atuação recente da Rotam de São Caetano, que resultou na apreensão de substâncias ilícitas e em flagrante por tentativa de suborno, demonstra que a unificação de esforços torna as operações mais consistentes, mesmo diante de situações complexas e em áreas de transição entre cidades.
O Grande ABC compartilha características urbanas, sociais e logísticas que ultrapassam os limites oficiais entre os municípios. Por isso, torna-se coerente que as políticas de segurança acompanhem essa configuração. A medida que autoriza a continuidade da ação das guardas civis para além da fronteira administrativa representa resposta institucional a um desafio comum. O crime não reconhece cercas geográficas; cabe ao poder público, portanto, agir de forma coordenada, evitando que os limites legais sirvam como escudo para infratores. A cooperação entre os municípios, ao que tudo indica, segue no rumo adequado e pode – aliás, espera-se – que seja aplicada também em outros segmentos.
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