A existência dessa dúvida, somada ao histórico de endividamento deixado por Auricchio em sua passagem anterior pelo comando municipal, reforça a necessidade de a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada pela Câmara cumprir com rigor seu papel fiscalizador. Os documentos já entregues pela Secretaria da Fazenda precisam ser analisados com critério técnico, buscando estabelecer a origem e a legalidade dos compromissos assumidos. Caso fique provado que decisões foram tomadas com o intuito de sabotar a administração seguinte, não se estará diante apenas de imprudência contábil, mas de possível violação ao interesse público, o que exige responsa-bilização efetiva.
A desconfiança ventilada por Tite Campanella, em entrevista exclusiva ao Diário, de que haveria um padrão de gestão pensado para provocar colapsos administrativos que, depois, favoreceriam eleitoralmente o próprio responsável pelas dívidas, se verdadeira, representa ofensa direta à população. Uma cidade não pode ser palco de estratégias políticas sórdidas que comprometem sua estabilidade financeira. Se ficar demonstrado que houve dolo, os culpados precisam ser identificados, denunciados, julgados e punidos com o devido amparo legal. A CPI, nesse contexto, assume função central: expor os fatos, com transparência e sensatez, e impedir que eventuais abusos se repitam.
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