A omissão ou lentidão de alguns municípios em adotar a tecnologia tende a criar “desertos de monitoramento”, zonas com menor capacidade de vigilância. Sem cobertura uniforme, há o risco de deslocamento de atividades ilícitas para áreas com menor controle, em efeito migratório já observado em regiões metropolitanas que adotam soluções de forma desigual. Ao hesitarem, essas cidades expõem seus moradores a dinâmicas de segurança menos eficientes e tornam vulnerável todo bloco, que opera como organismo interdependente. O uso coordenado de tecnologias entre vizinhos, com suporte do governo estadual, é o único caminho viável para reduzir a impunidade e aumentar a prevenção.
Cabe aos gestores municipais agirem de forma integrada e planejada para corrigir a distorção. Buscar recursos junto à União, reorganizar prioridades orçamentárias e firmar acordos com o Estado são alternativas viáveis para ampliar a cobertura de câmeras e viabilizar o reconhecimento facial. Ao aderirem ao Muralha Paulista, as sete cidades do Grande ABC fortalecerão não apenas sua segurança individual, mas o escudo coletivo da região. O combate ao crime depende da eliminação de lacunas no sistema de vigilância. Não se trata de competir em iniciativas isoladas, mas de consolidar um esforço comum que impeça que brechas se tornem pontos de fuga para a criminalidade.
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