Cultura & Lazer Titulo Rubens Francisco Lucchetti

Livro reúne textos que mestre do terror publicou na internet

‘Posts’ reproduz comentários que roteirista de filmes do Zé do Caixão realizou no Facebook

26/06/2025 | 08:56
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FOTO: Divulgação Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Com uma das mais profícuas carreiras na literatura e no cinema brasileiros, o paulista Rubens Francisco Lucchetti (1930-2024) entrou para a história como autor de mais de 1.500 livros e roteirista dos filmes de José Mojica Marins (1936-2020), criador do Zé do Caixão. Nos dez últimos dos seus 94 anos de vida, recolhido no Interior paulista, falava sobre, e com, o mundo principalmente por meio da rede social Facebook. Foi lá que o jornalista Rafael Spaca recolheu o material para organizar Posts – Pensamentos e Relatos Intelectuais do Mestre do Horror (186 páginas, R$ 89,90, Madrepérola Editora), que já se encontra nas livrarias.

“Cada postagem é um verdadeiro verbete. Na memória fugidia das redes sociais onde tudo é efêmero, tive a ideia de compilar absolutamente todas as suas postagens, assim como comentários e respostas que dava em cada uma delas. Lucchetti nunca é superficial”, explica Spaca, que confessa ter fascínio pela vida e obra do artista, que é considerado o papa da pulp fiction brasileira – livrinhos de ficção temperados com altas doses de violência e erotismo – e mestre do horror nacional, roteirista dos mais famosos filmes do Zé do Caixão, como O Despertar da Besta (1970) e A Praga (1980).

O próprio roteirista conta no início do livro como, “sendo totalmente contra o computador”, sem saber nem o que era internet, criou perfil em rede social em 2014: “O Grupo Editorial ACP me contratou e intimou que eu tivesse uma página no Facebook e um site, pois os livros da Coleção R. F. Lucchetti, publicados por eles, seriam vendidos exclusivamente pelo Facebook”.

A partir daí, produziu vasto material, falando de assuntos tão diversos quanto abelhas – diz que Sherlock Holmes, o detetive mais famoso da ficção inflesa, aventurou-se como apicultor ao aposentar a lupa – e pensamentos esparsos, como “O gênio é parente próximo do louco”.

Entre as pílulas, destaca-se um conselho a candidatos a autor. “O primeiro passo de todo escritor: acreditar naquilo que estás escrevendo. Pois, se ele não acreditar... o leitor é que não irá acreditar”, ensina.




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